Espécies exóticas no Brasil Colônia

Sendo um país colonizado, o Brasil tem enfrentado, ao longo dos últimos cinco séculos, pelo menos, uma forte exploração de seus recursos naturais, considerados por alguns como o celeiro do mundo, o Brasil obtém grande parte de seu PIB das exportações agrícolas, a maior parte das quais , senão todos, são subprodutos da monocultura de espécies exóticas.

Durante o período de colonização (1500-1815), muitas espécies exóticas invasoras da flora foram introduzidas, principalmente pela metrópole (Portugal), enquanto a sobre-exploração das espécies nativas levou muitas à beira, se não à plena -em extinção, como a árvore da qual deriva o nome do país da espécie nativa, Pau-Brasil (Paubrasilia echinata), que foi erradicada em grande parte em terras brasileiras.

Neste estudo, verifico o quanto as espécies exóticas criaram raízes (trocadilhos não intencionais) nas árvores urbanas da minha cidade.

Através de um projeto governamental "Arboribus" analisei dados geoespaciais da cidade onde moro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.

A análise em si

Sendo formado em ciências ambientais, assim que encontrei o conjunto de dados do Arboribus, consegui encontrar uma maneira de reclamar do meio ambiente e de como ele tem sido tratado, através de estudos recentes dos módulos do Python, Pandas e GeoPandas, tive o perfeito ferramentas para analisar e ilustrar adequadamente os dados relevantes dentro do conjunto de dados, que eram muitas.

Utilizando os dataframes do Pandas, dividi os dados principalmente em duas categorias: Espécies nativas e Espécies exóticas.

Daí veio o primeiro choque em meus estudos, infelizmente, as árvores exóticas já superavam as nativas, seja por interferência humana ou pela capacidade natural de propagação de árvores puramente exóticas.

De quase 60.000 árvores, espécies exóticas representavam mais da metade delas (36.417).

Como um exemplo mais claro de como a flora de Niterói foi desfigurada, compararei duas espécies, o já mencionado Pau-Brasil (Paubrasilia echinata) e uma das 100 piores espécies invasoras (IUCN, 2000), Leucaena (Leucaena leucocephala).

Confronto

Time da casa primeiro, Pau-Brasil:
Numerando 922 árvores num total de 60.000, perfazendo 1,53% do total de árvores

Em segundo lugar, Leucaena:
Com 910 árvores, a Leucaena representa 1,51% do total de árvores.

Interpretação

Embora as árvores leucenas sejam um pouco menos frequentes, é importante observar que a ocorrência de leucenas está distribuída de maneira mais uniforme pelo território de Niterói do que Pau-Brasil, que tende a se concentrar em certas áreas.

Além disso, dois outros fatores pesam muito:

1. Como mencionado anteriormente, a Leucaena é considerada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como uma das 100 piores espécies invasoras do mundo, devido ao seu rápido crescimento e folhas frondosas, que tendem a superlotar outras espécies de vegetação, permitindo que a leucena cresça ainda mais, devido à pouca competição, levando à abundância de nutrientes.

2. Arboribus verifica as árvores urbanas, e somente as urbanas, essas árvores são aquelas que o poder público tem mais facilidade para cuidar ou derrubar em casos como esses, o que significa que apesar do desenraizamento da prefeitura (de novo, trocadilho não intencional) da invasão leucena, ela ainda é expressiva tanto em número quanto em área de ocorrência, sem falar na possibilidade de as florestas de Niterói serem mais invadidas que o meio urbano.

Conclusão

Apesar das descobertas sombrias, tem sido divertido analisar dados geoespaciais e interpretá-los, esperançosamente, com a evolução das tecnologias de sensoriamento remoto e geoprocessamento, mais estudos como esses podem ser levados à atenção das autoridades, permitindo respostas melhores e mais precisas a ameaças como essas .

Obrigado por ler!