Imagine dirigir uma barata com a precisão de um carro controlado remotamente. Por mais ridículo que pareça, isto não é ficção científica – é um precursor da tecnologia ciborgue. Os pesquisadores desenvolveram um sistema de controle que utiliza o sistema nervoso do inseto, proporcionando uma precisão sem precedentes no direcionamento de seus movimentos.

Usando estimulação elétrica bifásica com carga balanceada, os pesquisadores melhoraram a precisão de locomoção dos sujeitos. Em termos simples, a estimulação elétrica bifásica com carga balanceada é uma técnica que fornece pulsos elétricos com fases positivas e negativas alternadas para evitar o acúmulo de carga na interface eletrodo-tecido. Isso ajuda a minimizar os danos aos tecidos e garante uma estimulação mais segura e confiável ao longo do tempo. Em contraste, a estimulação monofásica fornece pulsos elétricos em uma única polaridade (positiva ou negativa), muitas vezes levando ao acúmulo de carga no tecido do inseto.

O estudo se concentrou nas baratas sibilantes de Madagascar. Eles foram equipados com uma mochila de controle sem fio personalizada, capaz de fornecer sinais analógicos bifásicos de alta precisão aos cercos (apêndices emparelhados no abdômen de um inseto). Essa configuração permitiu o controle em tempo real com taxa de sucesso de 96,25% na direção direcional, superando os sinais monofásicos, que alcançaram uma taxa de sucesso de 76,25%.

Este mecanismo de equilíbrio de carga garante estabilidade na interação eletrofisiológica. Não apenas reduz o risco de danos nos tecidos (como mencionado anteriormente), mas também permite um controle mais consistente ao longo do tempo. As implicações são infinitas – aplicações de insetos ciborgues em ambientes complexos, particularmente em áreas como vigilância urbana, monitoramento ambiental e operações de busca e salvamento. Os parâmetros de estimulação serão otimizados ainda mais em estudos futuros, mas esperemos que esta tecnologia seja usada apenas para fins éticos quando (e se) se tornar mais popular.